quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amamentação

Antes do nascimento do David eu pensava que só havia duas formas de alimentar um bebé; com leite materno usando o equipamento natural ou então biberão para o leite em pó. Mas há mais formas de alimentar um recém-nascido e penso que ao longo das primeiras semanas fomos experimentando todas, seguindo os conselhos de uma especialista em amamentação que nos ajudou quando o método mais natural e simples não resultou. Como ele nasceu antes do tempo, ainda não tinha a força e a coordenação necessárias para mamar e por isso nos primeiros dias foi alimentado com um copinho próprio e leite artificial.

Um recém-nascido mama de 2 em 2 horas, com sorte de 3 em 3. Todo o processo de trocar a fralda, dar o leite, arrotar demorava cerca de uma hora. Tínhamos ainda que trocar a roupa dele com frequência porque o leite muitas vezes escorria e o babete não era o suficiente para o manter limpo.

Passados uns dias, como ele já estava mais forte, começámos a treinar a sucção. Foi-nos recomendado o finger feeding (não sei qual o nome usado em português) que consiste em colocar um dedo na boca do bebé e com uma seringa ir dando o leite à medida que ele chucha no nosso dedo. Se o copinho já era difícil, este método então era ainda pior porque requer muita coordenação mas lá nos desenrascámos.



Passámos ainda por um método que envolvia ao mesmo tempo uma seringa e uma sonda, para tentar uma aproximação ao método mais natural. 

Finalmente passámos para um biberão que imita a mama. Num biberão normal mamar custa menos e é mais rápido do que na mama, por isso há o risco de criar habituação. Este biberão é mais difícil e por isso permite a transição entre biberão e mama sem problemas. 


Finalmente aceitei a realidade, a amamentação não iria resultar e passei para um biberão normal. Não foi fácil esta aceitação, isto era suposto ser tudo muito natural e não estava preparada para todos estes problemas. Numa fase em que estamos muito vulneráveis isto tem um impacto gigantesco, senti-me menos mãe, achei que eu estava a fazer as coisas mal, que não era capaz de cuidar do meu filho. Aos poucos tudo passa e foquei-me no mais importante que é dar ao leite materno ao David. Investi numa bomba de boa qualidade para extrair leite que pode ser facilmente transportada e que vou poder usar quando voltar ao trabalho.


Não é aquilo que desejei mas é a melhor opção. O David está a crescer e a aumentar de peso, está activo, brincalhão e feliz e isso é o que mais importa.

5 comentários:

Presépio no Canal disse...

Teresa, este teu texto esta soberbo!! Pelo humor "o equipamento natural" ahahh, pela informacao tao precisa, pelo modo leve como o transmites, pelas emocoes que partilhas!!! :-)
Isto e servico publico da melhor qualidade! Vou destaca-lo no meu blog. Posso?
Teresa, na minha opiniao, estas a ir muito bem como mae: tentaste as diversas opcoes, mostraste coragem e determinacao, fizeste o que te foi possivel fazer e encontraste a solucao que te pareceu mais adequada.
Parabens! O David ira sentir muito orgulho dos pais quando ler este blog um dia.
Beijinhos!!! :-)

Presépio no Canal disse...

Esta conferencia interessa-te? e a 1 vez que se realiza.
Dia 29 de Janeiro.
http://www.babyfacenl.com/conference-2/

Maria Elisangela disse...

Olá Teresa,

Muito interessante você compartilhar suas experiências com outras mulheres, com certeza é de grande utilidade.


Abraço,
Maria Elisangela
www.maternarvida.com.br
http://maternarvida.blogspot.com/

Teresa disse...

@Sandra: muito obrigada pelo comentario, é sempre bom saber que há pessoas que gostam do que escrevo. Quanto ao destaque, claro que podes, é muito bom ser destacada num blog tao bom :-) Beijinhos e obrigada pela dica do curso.

@Maria Elisangela: obrigada pela visita. Estando longe da familia e amigos, esta é uma forma de partilhar os problemas, duvidas e alegrias de ser mae. Fico feliz se este blog puder ajudar outras mulheres.

Claudio disse...

Teresa

O David só tem motivos para ter orgulho na mãe e no pai.
Consigo imaginar o que sentiste. Mas nesta experiência de pais que eu e a Susana temos vivido uma coisa temos aprendido. Não se criam bebés como se de uma ciência exacta se tratasse. O que é verdade para muitos pode não ser verdade para outros. Por isso temos de tentar de tudo e, algumas coisas funcionam outras não.

Podes ter a certeza que no final vocês juntos tomam, a melhor decisão, apesar das dúvidas que possam existir.

Manda um abraço ao Nelson.

Beijinhos
Claudio