domingo, 7 de novembro de 2010

A doula

Ainda bem que optamos por ter uma doula connosco, a tranquilidade e paz que ela transmitiu durante todo o trabalho de parto foi muito importante. Eu e o Nelson sabíamos toda a teoria mas depois na prática as coisas são mais difíceis. 
Eu e a doula devíamos encontrar-nos ainda 2 vezes antes do parto para saber aquilo que eu queria, o que não queria, os meus medos os medos do Nelson. Como o David estava cheio de pressa não deu para nos encontramos mas mesmo assim resolvemos ligar-lhe quando as contracções começaram. Em casa ajudou-me com a respiração, a manter o controlo, explicou o que se estava a passar e o que iria acontecer, ajudou-me a mudar de posição, a andar, a deitar-me e descansar, ajudou o Nelson e explicou-lhe a melhor forma de me apoiar e deu-lhe o apoio que ele precisava.
No hospital esteve sempre connosco, falou com parteiras, médicos e enfermeiras Quando as contracções se tornaram demasiado fortes ajudou-me a respirar e tranquilizou o Nelson. Lembro-me bem da expressão dele enquanto eu lhe pedia ajuda, eu só queria que as dores terminassem mas sabia que ele nada podia fazer a não ser estar ao meu lado.
Fiquei deitada de lado para receber a epidural, virar-me foi das experiências mais dolorosas de todo o parto. A doula continuava a ajudar-me com a respiração mas nessa altura só via a minha mão na cara dela, era óbvio que eu não estava em condições de respirar tranquilamente e ela insistia naquilo. Ainda bem que insistiu. 
Durante a expulsão mais respiração, mais apoio, agora muito mais calma. Apenas a ansiedade de sabermos que estávamos a poucos minutos de conhecer o David. Quando o David nasceu deu-nos o nosso espaço, deixou-nos chorar, olhar para o nosso filho. O Nelson cortou o cordão e ficamos ali, com uma felicidade que não se consegue explicar.
Sorrio sempre que me lembro do parto e isso é o mais importante. 

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