quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O parto - versão resumida

Quase 2 semanas após o parto consegui orientar-me e arranjar um tempinho para escrever outra vez. Não tem sido fácil, um bebé de 37 semanas requer cuidados extra e andamos muito cansados, cheios de sono mas muito felizes.
O parto do David foi rápido, no dia 21 pelas 6:00 acordei com uma sensação estranha, as águas tinham rebentado. Como as águas eram clarinhas decidimos esperar até às 8:00 para ligar às parteiras. Entretanto meia hora depois começam as primeiras contracções, primeiro a cada 7 minutos, depois a cada 5.
Ligamos para a parteira que veio aqui a casa pelas 9:00 e depois de me examinar viu que tinha uma dilatação de 1 ou 2 cms. Aconselhou-me a ficar em casa, tomar um duche quente, comer, descansar e ficou combinado voltaria às 12:00 para me observar novamente.
As contracções começaram a aumentar de intensidade até que pelas 11:00 já eram muito difíceis de suportar. Ligamos novamente à parteira que veio rapidamente e viu que estava já com 4 cms de dilatação. Perguntou-me se queria ir para o hospital e eu disse que sim. O hospital fica muito perto de casa, demoramos menos de 5 minutos a chegar lá, a parteira já estava à minha espera com a cadeira de rodas e levaram-me para um dos quartos. Falaram comigo sobre formas de aliviar as dores e prepararam-me um banho quente enquanto aguardava pela epidural ou outro tipo de anestesia. No início o banho foi muito bom e trouxe um alívio grande mas as contracções eram cada vez mais fortes e já não conseguia suportar mais as dores. Fui novamente examinada e tinha apenas 5 cms, a cabeça do bebé não estava na melhor posição e isso estava a provocar-me as dores tão fortes e uma vontade imensa de fazer força. Levaram-me rapidamente para outro andar para receber a epidural, a primeira tentativa falhou mas à segunda já correu melhor. Passados poucos minutos começou o alívio, finalmente podia ganhar forças para a fase de expulsão.
Fui examinada mais uma vez e estava já com a dilatação máxima, informaram-me que iriam retirar a epidural para sentir as contracções durante a expulsão. Tive medo que as dores voltassem mas a verdade é que senti apenas uma vontade enorme de fazer força e esta fase não doeu nada. Segui as instruções que me foram dadas a cada contracção e às 17:30 o David nasceu.
Apesar das dores, não consigo imaginar uma experiência melhor do que sentir o meu filho a nascer e recebe-lo nos meus braços. Ao meu lado tive sempre o meu marido que me apoiou durante o tempo todo e tratou de mim e do bebé. Este momento só fazia sentido com ele ao meu lado, eu ia tornar-me mãe e ele pai, a maior mudança nas nossas vidas. 

1 comentário:

Pedro disse...

Acho que foi a melhor descrição de um parto que li/vi/ouvi até hoje :)