domingo, 15 de maio de 2011

Febre

Na terça-feira, o David ficou doente com febre muito alta. Tinha passado o dia bem mas ao fim do dia notei que estava muito quente, fui confirmar e o termómetro marcava 40 graus. Isto para pais inexperientes que estão a lidar com as primeiras doenças de um filho é assustador. Como já passava das 17:00, o nosso médico de família  já não dava consultas e por isso a alternativa é o serviço de atendimento permanente. Como não se pode aparecer por lá sem antes ligar e passar por uma triagem telefónica, lá peguei no telefone e descrevi os sintomas. A assistente que faz a triagem perguntou mais umas quantas coisas e lá me esteve a explicar que a febre é a forma de o corpo combater blá blá blá e que o paracetamol blá blá blá e mais umas quantas coisas que eu já sabia. Aquilo que eu queria era pelo menos falar com alguém que tivesse o curso de medicina, estes assistentes têm formação específica para isto mas parece-me tão errado que sejam eles a decidir quem precisa de uma consulta e quem pode ficar em casa à espera que as coisas se resolvam sozinhas, principalmente no caso de bebés. Às dez e meia da noite o paracetamol já não está a fazer efeito e começa um choro angustiante durante uma hora. Uma hora a chorar, a espernear, a soluçar, muito quente, demasiado quente. Volto a ligar, atende outra assistente mas desta vez com menos perguntas porque explico que já tinha ligado, já esperei, já dei paracetamol e o choro incessante mostra que as coisas não se estão a resolver por elas próprias. Do outro lado a pergunta mais parva que se pode fazer nesta situação: "Então e o que pretende?" Quero uma consulta com um médico, o que é que havia de querer? Marcaram a consulta para dali a 20 minutos, tempo suficiente para nos vestirmos e ir até ao hospital.
Lá um médico sem bata (aqui não usam bata, faz-me confusão) olha para o David, faz os exames e ausculta-o. Está tudo bem e as coisas devem resolver-se por elas próprias, foi-nos dito que não devíamos ter usado paracetamol (foram as duas assistentes, supostamente treinadas para lidar com estas situações que nos aconselharam o paracetamol!). Ainda saímos de lá com umas folhinhas que o Senhor Doutor imprimiu da internet para podermos fazer nós próprios o diagnóstico e assim não incomodarmos os senhores da próxima vez. 
Não estava muito confiante mas o David chegou a casa e dormiu a noite toda, acordou de manhã feliz e contente e da febre nem rasto, assim como apareceu também desapareceu. Foi um susto grande aqui para os pais inexperientes mas passou rápido.

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